sábado, 13 de junho de 2009

Estes versos


Estes versos não foram escritos como tantos
nas minhas horas sós, nas madrugadas
da lembrança...


Escrevi-os em teu corpo, e os dizia ao teu lado
ao teu ouvido
com os lábios em teus cabelos,
sem perceber que eram versos...


Foste tu que os encontraste em seu canto
que acreditaste neles,
(e, quem sabe? por vaidade)
te punhas a repeti-los para que não se perdessem...


Estes versos não eram para ser escritos,
não sabiam sequer que eram versos,
eram apenas palavras de amor que tu recolheste
como um punhado de flores silvestres sem nome...


Simples palavras de amor que colheste, e em tuas mãos
desabrocharam sua inútil perenidade,
quando tinham nascido para morrer pelo chão
como as coisas efêmeras...


Agora
estes versos, que não eram versos, que eram simplesmente
palavras de amor,
são versos
de dor.




(Poema de JG de Araujo Jorge extraído do livro

"Os mais belos poemas que o amor inspirou"

Vol. IV- 1º edição 1965)



Nenhum comentário:

Postar um comentário